Se afastando um pouco do tom pesado e emergencial que Star Trek: Strange New Worlds entrou nos dois últimos episódios, essa semana nos prepara para algo mais divertido e otimista. Já revelo, de cara, que essa quebra de ritmo é muito bem-vinda e acaba sempre mostrando o envolvimento de diversas partes da tripulação que não pudemos acompanhar antes ou que sequer sabíamos ter alguma relação.
Um dos grandes destaques, desta vez, é a relação entre Spock e sua noiva. No primeiro episódio tivemos um vislumbre de que a ligação dos dois passava por um momento delicado, já que o meio Vulcano/meio Humano sempre priorizou as missões da Frota Estelar. Com medo de haver uma incompatibilidade entre eles, então nosso querido personagem decide tomar uma atitude para salvar o dia.
Enquanto isso, La’An e a Número Um acabam descobrindo que são a verdadeira representação da “chatice” na Enterprise. Determinadas a mudar isso, elas partem para descobrir do que se trata o tal bingo da nave e completar suas tarefas para compreenderem a diversão dos demais. A partir daí, caros leitores, é uma trapalhada depois da outra e se há alguma dúvida se deve ou não assistir, só pule sem pensar duas vezes.
Há diversão no universo de Star Trek
Devo dizer que, nessa atmosfera que Star Trek: Strange New Worlds encontrou, me fariam assistir a um filme completo com os personagens passando por uns perrengues mais comuns. Depois de ameaças de raças primais, diplomacias se rompendo e até uma doença se espalhando entre os tripulantes, não só nós como também os membros da Enterprise mereciam um descanso.
Problemas amorosos, rituais de Vulcano dando errado, senso de diversão distorcido e até mesmo uma boa e velha pescaria preenchem o capítulo com uma leveza majestosa. Porém, não pense que tudo é graça e piada! Leve sim, bagunçado nunca. Com Spock temendo que seu lado humano seja um problema, por exemplo, ele acaba trocando os pés pelas mãos e mostrando que não adianta negar um lado seu para fingir ser algo que não é.
Uma das cenas, inclusive, é o Capitão Pike defendendo este tipo de comportamento dele. Independente do preconceito daqueles que acreditam que sua parte humana é prejudicial, o personagem é extremamente brilhante e se isto compõe o que torna ele assim, deve ser celebrado sim. É por este tipo de discussões que estou pagando a Paramount+ e a plataforma não está cansando de se mostrar boa em conteúdos do gênero. Até mesmo Halo, qual não acabou muito bem em minha opinião, também tinha algo a acrescentar.
Além disso, também vemos a Frota Estelar tentando convencer uma espécie a se juntar à sua ordem. Nem mesmo Pike obteve sucesso na missão de agradá-los, formando uma das melhores cenas de debate que cheguei a ver em Star Trek: Strange New Worlds. Não se enganem: não há uma guerra iminente ou um conflito que terminará com naves se atirando. É apenas a diplomacia agindo, seja para o bem ou para o mal.
As relações entre personagens ainda vencem
O mais interessante do episódio 5 foi ver, como afirmei acima, tantos núcleos interagindo e se soltando mais. Há um momento onde o médico acaba escapando para Una que ela tem uma alcunha entre seus inferiores, qual deixa ela irada e a mulher chega até a perguntar para um dos rapazes se ele tinha conhecimento disto. A reação e expressão dele são impagáveis e isso me fez soltar uma boa risada. E por toda a sua duração é repleto disso: bom-humor e situações não tão comuns…mas que estamos acostumados como bons apaixonados por ficção científica.
Outra parte legal é poder observar para onde isso levará eles no futuro. Spock salvou o seu noivado, mas todos sabemos com quem ele estará na aventura clássica. O próprio Capitão Pike sabe o seu destino, porém suas atitudes estão tirando este peso de suas costas e quem sabe até não determine outra rota para ele. Todos os demais parecem que brilharão em seus futuros, contanto que a Paramount+ não dê uma de Game of Thrones e guilhotine alguém no fim da primeira temporada.
Continuo reclamando da ausência de Samuel Kirk, que parece ter sido incluso apenas para dizerem que existe uma relação com o futuro líder da Enterprise e depois foi jogado de escanteio. Todos os personagens ali carregam uma história tão rica e cheia de nuances, neste caso ele foi basicamente descartado e completa mais um episódio sem nem dar as caras. O que será que ele está fazendo?
Tirando este pequeno detalhe, o seriado continua excelente e acredito fielmente que todos deviam dar um tempo para assistir. Vai ser a sua dose de serotonina por essa semana, caso esteja precisando de uma. E, se não estiver, assista ainda assim porque diversão de forma tão pura se tornou tão rara hoje em dia que não podemos desperdiçar a oportunidade. Não é?
Star Trek: Strange New Worlds está sendo exibido através da Paramount+, todas as sextas-feiras a partir das 5h. Veja mais em Críticas de Séries!