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The Last of Us – Episódio 2 | Crítica: Tensão no ar

Seguido de um excelente primeiro episódio, The Last of Us tinha a difícil tarefa de manter o ritmo e se aprofundar ainda mais nos personagens para mostrar que não veio a passeio dentro da HBO. E, vamos ser sinceros com vocês, não apenas conseguiu neste capítulo 2 como se mostrou tão excelente a ponto de desejar ter visto um clima como o que foi apresentado em cada série e filme de zumbis do passado.

Com a missão de levar Ellie até o laboratório dos Vagalumes, Joel e Tess descobrem que a jovem tinha sido mordida e os fungos não se alastraram nela. Com muita tensão e momentos de absoluto terror, eles tentam sobreviver a sua jornada enquanto descobrem um pouco mais do que acontece fora das zonas de quarentena e quem são dentro da grandiosa trama.

Partindo da premissa de que eles estão explorando o lado de fora pela primeira vez na produção, sim, caros leitores, eles finalmente apresentam os monstros que vivem por lá. E eles não tem apenas uma produção de qualidade em questão de diálogos e cenários, mas a ação também não deixou nada a desejar durante os momentos mais tensos que o episódio carregou.

A ação não deixa a desejar em momento algum

O clima de tensão em The Last of Us

Ver The Last of Us na noite de ontem se assemelhou, de certa maneira, a ver o primeiro Jurassic Park. O deslumbramento de um mundo perdido, cuja história ficou apenas nos livros e a realidade já se mostra outra coisa distinta. Os dinossauros são trocados por infectados, que não oferecem nem um minuto de sossego para os heróis, mostrando que a ameaça é grande e vai tirar o sossego deles em cada momento que surgirem.

As cenas de perseguição, confronto e fuga foram muito bem executadas, demonstrando que não apenas a escalação do elenco foi mais do que acertada, mas toda a produção tem uma competência ímpar. Vamos ser sinceros, sabemos já qual vai ser o fim da jornada de Ellie e Joel, o game original lançou há 10 anos e os fãs conhecem a trama de cabo a rabo. Ainda assim, você sente um perigo que não é comum, cada combate realmente botará em risco a vida de ambos e fará você ficar inclinado no sofá.

Sabemos como isso termina, mas a jornada é gratificante

Outro fator bem importante no episódio é a “gamificação” dele. Pode não ter ficado aparente no episódio anterior, mas neste é descarado como alguns momentos emulam a experiência de jogar algo em seu PlayStation. Em uma das cenas, o teto desmorona logo após os personagens passarem por uma porta, impedindo o seu retorno. Na outra, você segue com um clássico “stealth”, com movimentos calmos para não serem detectados.

É óbvio que isso tem a mão de Neil Druckmann em The Last of Us, afinal de contas é impossível adaptar a obra sem homenagear seu material de origem. Porém, não são aqueles encaixes feios que vemos e muito menos inúteis. Foram cenas criadas para gerar um sorriso em quem joga na vida real, mas que também geram expectativa e fazem o público supor o significado daquilo. Assim como algumas coisas serem diferentes quando se chega nas telinhas.

Várias cenas foram tiradas diretamente dos videogames

A atuação está em um nível acima

Vale destacar o quanto Anna Torv e Pedro Pascal são atores que estão em outro nível de profissionalismo. Não que Bella Ramsey fez um trabalho que fique por menos no papel de Ellie, mas as camadas que ambos apresentam são de uma delicadeza extremamente singela. É perceptível nos olhares, pausas, movimentação e até nas suas falas que estão tentando ao máximo passar uma emoção ou que existe bem mais naquilo que não é dito.

Ainda que o episódio de The Last of Us seja centrado nos três, fazia tempo que não via algo tão impactante em termos de atuação. E olha que elogiei bastante A Casa do Dragão no ano passado, também da HBO. Porém, se Pedro Pascal concorrer a algum Emmy, pode apostar que não será pelo seu papel em O Mandaloriano. Isso aqui, meus caros leitores, é puro ouro.

Até o prólogo mostra um nível de qualidade acima

Com um desfecho impactante e necessário, para seguir com a história e tornar as coisas ainda mais tensas, vale também notar que este não é o tipo de aventura onde tudo será lindo e maravilhoso. Construir este cenário com qualidade exige bastante e até mesmo a cena inicial mostra o quanto estávamos fadados ao fracasso. Se ainda não viu e aceita um conselho, assista só depois de almoçar ou jantar.

Se o primeiro capítulo te convenceu que você devia ver mais um, o segundo episódio fincará de vez a pá de terra de que acompanhar a temporada será obrigatório. E o melhor de tudo, não é por um elemento só. Atuação, qualidade das cenas, efeitos práticos ao invés de CGI desnecessário, roteiro e até mesmo a construção do clima vão te fisgar de formas como várias outras tentam até os dias atuais. Bom, ao menos está sendo uma bela viagem por enquanto, não concorda?

The Last of Us está sendo exibido na plataforma HBO Max todos os domingos, a partir das 23h. Veja mais em Críticas de Séries!

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