O sétimo episódio de The Last of Us, intitulado de Left Behind, finalmente deu um mergulho maior no passado de Ellie e nos mostra as coisas que a levaram até os Vagalumes e, consequentemente, Joel. Continuando a onda de excelentes episódios, Craig Mazin e Neil Druckmann mais uma vez entregam um material de qualidade e que demonstra o carinho enorme que estão carregando a história das personagens.
Vale lembrar que, na produção original da Naughty Dog, esse material que vimos é um DLC. Caso não saiba o que significa o termo, não tem problema que explicamos: downloadable content, podendo ser traduzido para “conteúdo baixável”. Ele é uma expansão que poderia ser comprada separadamente e complementaria a experiência da história original.
Porém, para a surpresa de todos, eles acreditaram que este material era sim essencial e incluíram na série para dar um aprofundamento em uma personagem até então misteriosa. De onde ela veio, porque está agindo da forma como vemos e o que ela matou para chegar até ali. E, de forma natural, mostra os caminhos que esta criança percorreu para conhecermos ela ainda no primeiro episódio – presa e totalmente agressiva com os demais.
Ellie & Riley em The Last of Us
O último capítulo de The Last of Us nos deixou com Joel em uma situação complicada e bem difícil de sair. Após levar uma estaca no meio do peito, a única pessoa que conseguiria resgatá-lo seria a própria Ellie. Enquanto tenta cuidar do adulto e manter ele vivo, vislumbres do passado começam a surgir e a lembram de tudo que foi “deixado para trás” para o ciclo voltar a acontecer.
Devemos começar já falando da atuação das atrizes Bella Ramsay e Storm Reid, que me corrijam se eu estiver equivocado, estão ainda melhores do que a história paralela que vimos no terceiro episódio com Nick Offerman e Murray Bartlett. Não digo isso por elas serem “superiores” profissionalmente, mas pelo descomprometimento de contar uma história mais leve. Elas são pré-adolescentes e agem como tais, o que explora bastante algumas atitudes mais bestas e traz uma identificação maior com o público.
Apesar de ser outro salto fora da cronologia dos eventos que estamos vendo, a experiência se torna mais agradável ainda pelo trabalho das duas. A química em tela, os diálogos e até mesmo as reações que envolvem sentimentos que estão para ser ditos que movem o episódio ao seu grande clímax. Sem isso, devo admitir que seria um conteúdo descartável. Porém, elas fizeram este ser um dos momentos mais importantes e merecem o crédito por isso.
Vamos ser honestos, The Last of Us está chegando em sua reta final. Restam apenas dois episódios e eles trarão uma carga emocional bem alta – se continuarem adaptando os eventos do jogo de modo fiel. Left Behind pode destoar disso, mas é uma trama bem interessante para construir o que veremos tanto neste fim quanto na vindoura segunda temporada. Enquanto muitos pensam que este capítulo pode ser “perda de tempo”, é ele que definirá o ritmo daquilo que está por vir.
E não apenas pelo relacionamento das duas amigas que estão aprendendo mais sobre si mesmas. A estrutura da FEDRA, como é o processo seletivo dos Vagalumes, as mentiras contadas para afastar pessoas de locais como um shopping e até mesmo serve para imaginar como seria o futuro de Ellie, por exemplo, se não descobrisse sua autoimunidade e seguisse viagem com Joel. Isso tem uma relevância para ajudar os espectadores a ampliarem sua visão de como esse mundo funciona.
Os últimos passos
Eu acredito que ainda que não tenha encerrado a sua trama, The Last of Us está caminhando para se tornar uma das melhores séries de 2023. Se não “a melhor”. Alguns fãs viram o nariz para isso, seja pelos eventos mostrados no episódio 3 e, agora, no sétimo. No entanto, nenhuma série teve um acerto tão grande em seus arcos e no desenvolvimento das interações entre os heróis e vilões apresentados até aqui.
Tivemos os três primeiros episódios mostrando como Joel e Tess viviam, seu círculo e como chegarem até Ellie. Depois vimos como funciona a rede de revolucionários, quem caçam e seus planos dentro daquele caminho que seguiram. No episódio 6 conhecemos uma verdadeira comunidade que deu certo, sobrevivendo em união e com elementos que temos em nosso cotidiano como a eletricidade e uma vida quase comum. Tudo isso ajudou a construir não só o universo ao redor do protagonista e Ellie, mas a relação dos dois também.
É se cegar demais não observar a grandiosidade desses fatores e em como foram desenvolvidos de seu lançamento até agora. Não foi algo baseado em “altos e baixos”. Teve os altos e os ápices. Nem mesmo perder a qualidade afetou o acompanhamento e a história daqueles personagens. Em um videogame, isso seria catastrófico (sim, Final Fantasy XV, estou falando de você). No entanto, na série e em sua estrutura central, isso caiu como uma luva e manteve um público cada vez maior.
O episódio 7 de The Last of Us é o último que ainda dá uma volta para chegar até os passos finais dessa história. E apesar de soar desconexo e apenas um “conteúdo adicional”, ele é sim relevante para podermos acompanhar os últimos pontos da trama. Ellie tomará uma proporção ainda mais relevante dentro do roteiro e Joel terá de tomar decisões sem saber de nada disso que ela passou.
Eu acredito que será bom vocês comprarem lenços e prepararem seus corações. Nos próximos dois episódios, as coisas irão bem além do convencional e mostrarão que nem os atores e nem mesmo a produção estão ali de brincadeira ou apenas para faturar uma grana. Se você achou a história de Bill & Frank e Ellie & Riley tristes e um passado pesado, é bom estarem com os check-ups em dia e não terem problemas cardíacos. Se o que vier estiver igual ao jogo, isso é um passo para o salto que eles darão.
The Last of Us está sendo exibido todos os domingos a partir das 23h na HBO Max. Veja mais em Críticas de Séries!
o último episódio foi uma chatice. Muita enrolação!!!!
Mano q episódio chato, aiai, o episódio 3 foi muito melhor
Episódio ruim