Algo não saia da minha cabeça quando o primeiro episódio acabou, com aquele final épico: The Mandalorian é tudo o que Star Wars merecia. É para os fãs que se sentiram órfãos com a nova saga disneyficada. Um respeito à George Lucas.

* O texto contém spoiler

Escrito e dirigido por John Favreau, o episódio de estreia deixa claro como se trata de uma criação feita puramente por um fã. O diretor impressiona ao explorar uma nova linha do tempo de Star Wars, com tantos elementos emblemáticos e questões que sempre ficaram em aberto. Onde o enredo é conectado de maneira consistente com a saga que conhecemos.

O caçador de recompensas mandaloriano habilidoso e monossilábico recebe uma profundidade muito maior na história.

Como se trata de um mercenário, é de se esperar muita ação. Mas todo o ritmo que apresenta o pontapé da história se desenvolve sem pressa, e dá para ver que tem muito conteúdo a ser trabalhado.

The Mandalorian é tudo o que Star Wars merecia
The Mandalorian

Tudo parece novo e nostálgico ao mesmo tempo. Mas é algo único. São os detalhes que fazem toda a diferença e criam um verdadeiro paraíso: como a cena que acontece em um bar, o lagarto-macaco kowakiano sendo assado, um droide porteiro, um droide gonk e os stormtroopers.

A caracterização dos personagens e criaturas equilibram bem o CGI com maquiagem, sem deixar tudo digitalmente artificial e infantilizado como nos novos filmes, e criam um estilo fiel à trilogia original (IV, V, VI).

O enredo abre muitas questões misteriosas, como quando uma mandaloriana forja a peça de armadura do mercenário com um beskar recém-adquirido por ele. Que lugar é aquele?

As pistas sugerem uma profundidade maior em seu passado, com os flashbacks que surgem a cada martelada, onde ele aparece quando criança no meio de uma grande batalha.

No planeta em que mandalorianos visitam para encontrar Greef Carga (Carl Weathers) para coletar missões, surge The Cliente, personagem que claramente faz parte do Império, interpretado por ninguém menos que Werner Herzog, e combina perfeitamente com sua proposta misteriosa.

A missão em busca da recompensa misteriosa traz a batalha no mais estilo clássico de Star Wars. O personagem IG-11, que também está no planeta em busca da recompensa, se une à Mandalorian em sequências de ação e humor – que dão o gosto familiar da saga.

Mesmo que ele tenha matado IG-11, esperamos que o robô retorne em algum momento, já que seu carisma lembra trouxe a saudade de C3-PO.

Então chegamos à grande revelação: quem era a recompensa? O que poderia ser tão importante para tantos terem morrido tentando captura-lo?

Em um berço… um bebê Yoda.

Como nunca foi dado nome à espécie, tudo o que sabemos é que eles são importantíssimos para a Força. Então, é de se imaginar que este seja o motivo da captura.

A linha do tempo de The Mandalorian explora o submundo do universo de George Lucas, uma galáxia retratada em crise, que vive a troca repentina de regime após uma guerra civil (que pode ter a ver com os flashbacks do personagem) e a queda do Império.

O enredo se desenvolve lentamente a cada episódio, com um ritmo e elementos claramente inspirados em clássicos do faroeste, épicos samurais japoneses e clássicos da ficção científica da década de 80.

É de se destacar como o compositor Ludwig Göransson transcende uma trilha sonora que é excitante, lírica, surpreendentemente harmoniosa com a saga Star Wars.

Ainda tem muito a ser explorado. Mas já concluímos que, se a nova saga Star Wars foca em conteúdo voltado para a nova geração, The Mandalorian surge especialmente para acalentar o coração dos fãs de longa data.


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