Cientistas chineses conseguiram fazer brotar sementes de algodão na Lua, segundo a agência de notícias chinesa Xinhua. O experimento bem-sucedido faz parte da missão da sonda Chang’e-4, que pousou na face oculta do satélite no dia 3 de janeiro.

A equipe de cientistas da Universidade de Chongqing disse que esta é apenas a primeira “mini-experiência” bem-sucedida em solo lunar.

Sementes de algodão, colza (planta usada na fabricação de óleos), batatas e arabidopsis (uma flor usada em experiências genéticas), ovos de drosófilas (mosca-da-fruta) e algumas leveduras viajaram à bordo da Chang’e-4.

Além de mapear o solo lunar da região até então inexplorada pelo homem, a sonda carregou consigo as sementes com o objetivo de criar uma “minibiosfera simples” na Lua.

Imagens enviadas pela Chang’e-4 no dia 15/01 mostram um broto de algodão germinado com sucesso – é a única semente germinada até o momento.

Essa micro-experiência é um sucesso especialmente pela gravidade e variação de temperatura no satélite. Durante o dia lunar, a temperatura chega a superar os 100 graus Celcius e atinge menos de 100 graus negativos à noite. Além de tudo, há uma grande radiação solar e menor gravidade do que na Terra.

Xie Gengxin, o principal cientista por trás do experimento, explica que o cultivo da semente só foi possível devido a um dispositivo selado que mantém a temperatura entre 1 e 30 graus. As mudas são regadas por meio de um comando enviado para a nave.

Se trata de um cilindro de alumínio de 18 centímetros de altura e 16 de diâmetro, que teve um custo de mais de 10 milhões de yuans (aproximadamente 5,5 mihões de rais).

As sementes foram adormecidas com “tecnologia biológica” durante a viagem espacial, que durou 20 dias.

“Aprender sobre o crescimento dessas plantas em um ambiente de baixa gravidade nos permitiria estabelecer as bases para a colonização espacial” , diz Xie Gengxin

No entanto, o pesquisador disse ao serviço de notícias Xinhua que a planta não seria capaz de sobreviver à noite lunar, em função da temperatura.

Ele esclareceu que essa experiência já chegou ao fim. O broto de algodão morreu e, assim como as mudas que não germinaram, está em estado de decomposição.

Essa não é a primeira vez que germina uma planta no Espaço. Em 2016, a NASA desenvolveu um sistema de zinias (uma flor) na Estação Espacial Internacional.

A Agência Espacial chinesa têm planos para uma nova missão na Lua ainda este ano, e deseja ampliá-las em Marte, em 2020.

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