Pesquisadores dos EUA e Reino Unido descobriram uma enzima que decompõe plástico PET de maneira mais rápida e em grande escala – o que pode ser a solução para um das maiores causas de poluições ambientais.

Os cientistas são da Universidade de Portsmouth e do Laboratório de Energias Renováveis do Departamento de Energia dos EUA, que aprofundaram o estudo sobre a bactéria “Ideonella sakaiensis”, descoberta no Japão em 2016, que se alimenta exclusivamente do plástico PET (Polietileno tereftalato), um dos mais utilizados em fabricações.

Com base nesse estudo, a equipe focou no organismo e acabou modificando uma enzina, denominada PETase, que pode desintegrar o material em poucos dias.

“Eles acabaram avançando um passo à frente e acidentalmente desenvolveram uma enzima que consegue desmembrar ainda melhor os plásticos PET”, descreve o relatório da publicação científica americana Procedimentos da Acadêmia Nacional de Ciências (PNAS).

Melhorias estão sendo trabalhadas na enzima para que, futuramente, seja desenvolvida em grande escala e usada no setor industrial.

O plástico como bomba relógio do ecossistema

Desde os anos 50, o plástico se tornou um material barato e abundante em fabricações de garrafas, sacolas, peças de eletrodomésticos, embalagens – uma grande variedade de produtos.  Se tornando um dos recursos mais utilizados.

No mundo, um milhão de garrafas PET são compradas por minuto, cerca de 20.000 por segundo. Em 2016, 480 bilhões de garrafas foram vendidas ao redor do planeta. De acordo com o relatório da Euromonitor International, a previsão é de que esse índice cresça em 20% até 2021.

Produzido a partir de combustíveis fósseis, como o petróleo, o PET é um dos materiais mais difíceis de se decompor na natureza. Em média, eles demoram 200 para desintegrarem. Isso porque existem poucos fungos e bactérias capazes de digeri-lo rapidamente.

Estima-se que 70% do plástico produzido no mundo é depositado em aterros ou despejados em cursos d’água.

O material interfere brutalmente no ecossistema marinho – muitos animais morrem presos em lixos e por ingestão. Resultando ainda em mudanças climáticas, poluição de água para consumo, e em custos estrondosos por ano em perdas de navegação e pesca.

Aqui no Brasil,  95% do lixo encontrado em praias é composto por itens feitos de plástico.

Anualmente, aproximadamente 8 milhões de toneladas são descartados em oceanos, o que equivale a um caminhão de lixo a cada minuto.

Caso o sistema atual de produção e descarte desse material não se altere, estima-se que, em 2050, os oceanos terão mais plásticos do que peixes.

Embora existam esforços globais para reciclar o material, o ritmo de sua produção ultrapassa o de qualquer medida, e sua maioria permanece intacto durante centenas de anos.

Dessa maneira, a descoberta de cientistas sobre a PETase, se torna uma grande esperança para o meio ambiente.

A natureza agradece.

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